quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Revelador e fixador: O que fazer após usá-los?

Dr. Leonardo Bertolassi ,

Cirurgião Dentista Especialista em Radiologia e Estomatologia, Mba em gestão de negócios da saúdeGestor da Biofx Radiologia Odontológica, e um defensor do meio ambiente


Hoje a radiologia odontológica vive uma grande transformação com os sistemas digitais de imagem, tanto para imagens extra bucais (radiografias  panorâmicas por exemplo) quanto para as imagens intra bucais (radiografias periapicais por exemplo).
Muitos centros de radiologia, principalmente nas grandes cidades, já dispõem da tecnologia digital para tomadas extra e intra bucais, trazendo inúmeros benefícios para a sociedade, como a melhor qualidade da imagem e ausência total do uso de revelador e fixador, tão agressivos para o meio ambiente.
Agora fica a pergunta: e no consultório?
Por mais vantajoso que o sistema digital possa ser para o consultório, a questão custo ainda é uma grande barreira para se adquirir o sistema, e dessa forma, tanto o revelador quanto o fixador continuam sendo usados em larga escala.
Surge então o questionamento: estamos descartando estes produtos da forma mais adequada e responsável, dando a devida importância à questão? Qual a melhor forma de proceder?
Os líquidos, como o fixador, o revelador e a água de lavagem devem ser armazenados de forma separada e em recipiente hermeticamente fechado, sendo que a água de lavagem pode ser colocada junto com o revelador.
O principal motivo de separar os líquidos é que na indústria de reciclagem dos materiais, a prata que fica impregnada na película do fixador é removida, dando inúmeras funções para a mesma. Já o revelador passa por um processo químico no qual é devolvido para o meio ambiente na forma de água potável.
Ótimo! Agora a última pergunta: onde se pode deixar os frascos com efluentes radiográficos?
Empresas como a REPRATA AMBIENTAL, situada na cidade de São Paulo – SP realizam a coleta, o que pode gerar custo.  Uma excelente opção é conversar com o centro de radiologia parceiro para realizar a coleta ou outra opção para os profissionais da Baixada Santista é depositar os frascos em um dos postos de coleta que seguem abaixo:

Santos:
ACDbs – Associação do Cirurgiões Dentistas da Baixada Santista
Av. Mal Deodoro no. 71 – Gonzaga – Santos – SP
Tel.: (13) 3285 2440

Guarujá:
BIOFX Radiologia
Av. Thiago Ferreira no. 908 sala 5 a  – Vicente de Carvalho
Tel.: (13) 3342 8282

São Vicente:
UNIERO Radiologia
R.: Berta Craveiro Lopes no. 40 – Jardim Independência
Tel.: (13) 3324 3296 / 3561 2156



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Riscos do uso de efluentes radiográficos para a saúde e meio ambiente

Efluentes radiográficos tradicionais para uso com raios- x contêm produtos químicos como o Tiocianato de Amônio e Anidrido Bórico que são irritantes para a pele, olhos e trato respiratório além de perigosos se ingeridos ou acreditem, INALADOS. Eles também podem ser tóxicos para o sangue, tireóide, rins e fígado quando indivíduos são expostos de forma repetida ou prolongada.
Quando descartados de forma inadequada contaminam a natureza e se tornam tóxicos para os peixes, demonstrando causar efeitos nocivos na reprodução e no desenvolvimento de animais após exposição repetida. Tem sido demonstrado que o Anidrido Bórico pode ter efeitos neurológicos, tais como alterações de humor e de personalidade, e até convulsões . Os produtos da degradação destes líquidos têm se mostrado tão tóxicos quanto o produto original.
De acordo com o Healthcare Environmental Resource Center (USA), o fixador se tornou um resíduo perigoso por causa de seu alto teor de prata. O nível aceitável de prata é de 5 mg / litro  e o fixador usado apresenta normalmente 3.000 a 8.000 mg / litro de prata. Dessa forma, não pode ser despejado indiscriminadamente no esgoto ou eliminado como resíduo sólido comum.
Outro subproduto da técnica tradicional de  raios-x são as chapas de chumbo dos filmes radiográficos. No ambiente, os resíduos de chumbo se depositam na superfície do solo, onde pode permanecer por até 2000 anos. Ele é facilmente captado por plantas, e dessa forma entra no nosso sistema alimentar. O chumbo é uma neurotoxina mortal.
A Eco Dentistry Association (USA) estima que os consultórios odontológicos dos Estados Unidos descartam em torno de 48 milhões de laminas de chumbo a cada ano.
Apesar das múltiplas ameaças para o meio ambiente e para a saúde dos seres humanos decorrentes da utilização dos raios-x tradicionais, apenas 25% dos consultórios odontológicos nos EUA utilizam o sistema de radiografia digital.
No Brasil, infelizmente, esse número deve ser ainda menor.
Que tal começar a diminuir o impacto ambiental decorrente do uso desses efluentes radiográficos?
Na próxima postagem o Dr Leonardo Bertolassi irá sugerir uma forma alternativa de, pelo menos, amenizar o problema.

Até lá!

Fonte:
Eco Dentistry Association